Fazer este roteiro foi por muito tempo um sonho, quando compramos uma caminhonete a diesel com preparação básica, achamos que havia chegado a hora de realizarmos a expedição!
Fizemos um planejamento de quatro meses, levantando todas as atrações que queríamos visitar e faltando dois meses para a viagem fizemos as reservas nas hospedagens.
Assim como fomos orientados por amigos, recomendamos a você que planeja fazer esta expedição, faça reservas antecipadas nas hospedagens, pois existem poucos quartos a disposição e em alta temporada, você pode ficar sem lugar.
O Vídeo - Jalapão Planejando a Viagem - conta sobre o nosso planejamento para a viagem ao Jalapão e também sobre a história da nossa viagem. O texto abaixo e o vídeo se complementam com muitas dicas, links, mapas e os tracks para navegação Off-Road.
Se você está planejando fazer esta viagem, com certeza este material vai te ajudar muito!
Como deve ser antes de cada viagem longa, faça uma revisão no carro; se você tem um Mitsubishi ou um Suzuki, recomendamos duas oficinas em São Paulo. A Oficina Street Motors, uma das mais especializadas em Mitsubishi do Brasil. E também a Black Ninja especializada em Suzuki, mas também atende outras marcas.
Se você vai fazer esta expedição sozinho e com carro próprio, é quase uma obrigação que você tenha um aparelho GPS outdoor ou o aplicativo Wikiloc na versão paga. Para saber mais clique aqui.
Nós usamos a versão paga do Wikiloc e fizemos um bom teste na Serra da Canastra antes de ir para o Jalapão. Achamos sensacional! É possível baixar os tracks de outros usuários colaboradores e, à medida em que você percorre o trecho seguindo o track, você também gravar o seu track e é possível fazer o upload, colaborando também no Wikiloc.
Para conferir os nossos tracks no Wikiloc acesse: Wikiloc - Canal SerrAcima
Ajeitamos as malas, com tudo que havíamos planejado levar; inclusive alguns itens incomuns que foram indispensáveis durante a viagem, como Calibrador de Pneus, Sapatilhas de Borracha, uma caixa térmica para ter água fresca durante todo o dia,Lanterna e claro as famosas e versáteis fitas Hellerman (Enforca Gato).
O caminho é bem longo; para quem parte de São Paulo são mais de 2000 km até Ponte Alta do Tocantins, então é recomendado que saia cedo para iniciar a jornada.
A nossa jornada começou pela Rodovia Anhanguera até chegarmos em Ribeirão Preto, a 315 km de São Paulo, onde almoçamos na famosa Choperia Pinguim e seguimos viagem até Catalão; foram os primeiros 715 km desta viagem incrível.
Para quem quer encurtar a viagem, pode sair bem cedo e parar para dormir já em Brasília. Esta é uma dica válida para quem parte de São Paulo. Brasília é mais caro para se hospedar, mas encurta a viagem.
Catalão tem boa infraestrutura de hotéis e restaurantes; escolhemos comer apenas um lanche na Casa Santo Pane, Padaria e Confeitaria. Lá tem pamonha frita recheada com queijo e também empadão goiano, tudo delicioso! A padaria é em um posto de combustíveis com boa qualidade e preço.
Nós nos hospedamos no Hotel Go Inn (na época era Bristol Catalão); uma ótima opção, pois tem um padrão de rede e você sabe o que vai encontrar.
Para quem faz o trajeto normal e dorme em Brasília, o caminho a seguir é pela BR-010, passando por Alto Paraíso de Goiás e Natividade-TO. Logo após, deixar a BR-010 para a TO-130 em direção a Pindorama do Tocantins e Ponte Alta do Tocantins.
ATENÇÃO - A TO-130 tem um longo trecho em estrada de terra e com sinalização ruim, portanto se planeje para fazer este trajeto de dia. Até a entrada para a TO-130 são 640 km pela BR-010, e depois mais 130 km com um grande trecho de terra.
Nós decidimos fazer um caminho diferente e seguir de Catalão até Brasília, em seguida seguir para Padre Bernardo.
Quando passamos por Brasília estava chovendo, que pena... queríamos fazer pelo menos um vídeo lá, mas ficou para a próxima…
Até Brasília já havíamos rodado 1030 km.
Passamos em Padre Bernardo-GO para almoçar no Restaurante Chapéu de Bico, uma boa oportunidade de provar a comida goiana (1144 km).
Comemos arroz com pequi, gueroba com molho (é um palmito amargo bem comum em Goiás) e mais pamonha frita, tudo muito gostoso!
Como nosso caminho era diferente, seguimos viagem passando por Uruaçu para entrar na BR-153, que estava bem esburacada... também vimos muitos animais atropelados na pista, muito triste…
ATENÇÃO - Novamente cuidado com o horário, se chegar tarde em Uruaçu, pare e durma na cidade, pois depois terá um longo trecho sem boas opções de hospedagens. A BR 153 é bem perigosa pelo alto fluxo de caminhões e a maior parte do trajeto é feito em pista simples.
Já era noite quando paramos em Gurupi (1625 km de viagem até aqui), já no estado do Tocantins. Insistimos em dizer que não é recomendado viajar à noite; e no nosso caso ainda tinha a chuva para deixar mais perigoso, por isso paramos no Hotel Jequitibá, muito confortável e com bom atendimento, bom café da manhã e ótimo custo benefício.
Deste ponto o caminho mais curto até Palmas é por Porto Nacional, mas nós demos uma volta maior para chegar a Palmas-TO, o nosso objetivo era passar pela ponte sobre o Rio Tocantins, no trecho do Lago de Palmas. Valeu a pena, que visual lindo!
Chegamos em Palmas já próximo a hora do Almoço (1876 km de São Paulo a Palmas). Passamos na Praia da Graciosa, que estava vazia naquela segunda-feira nublada. Fomos ao Shopping Capim Dourado almoçar, sacar dinheiro e comprar lanches, água e guloseimas.
Em Palmas ficamos no Italian Palace Hotel, bem localizado, com estacionamento e bom café da manhã, que começa a ser servido bem cedo o que ajuda quem quer pegar a estrada pela manhã.
No jantar, fomos à Taps Cervejaria comer petiscos entre eles a Coxinha de Chambaril (um corte bovino próximo ao joelho, bem comum em Tocantins) e conhecer algumas cervejas da região. Infelizmente a informação é que o local está permanentemente fechado.
Um trecho de 150 km separa Palmas de Ponte Alta do Tocantins “O Portal do Jalapão”.
Algumas pessoas, que como nós, fazem o roteiro do Jalapão a partir de Palmas, podem entrar por Ponte Alta do Tocantins ou por São Félix de Tocantins, neste caso passando por Novo Acordo, na continuação da BR-010.
Aproveitamos aqui para dizer que se você não tem um veículo 4x4 e nem um espírito tão aventureiro assim, não se preocupe, existem muitas agências que fazem roteiros completos pelo Jalapão em veículos 4x4.
Estes passeios podem variar em número de dias, nas atrações visitadas, hospedagens e muito mais, além de poder escolher se o grupo será apenas da mesma família, etc.
É só digitar "expedição jalapão" no Google, que aparecerão inúmeras agências e suas opções.
Lá no Jalapão conhecemos o Carioca Ecotur, proprietário do Fervedouro Macaúbas que conhece bem o Jalapão e nos deu algumas dicas legais.
Para saber mais acesse o site: https://www.cariocaecoturjalapao.com.br/. Esta não é uma recomendação, mas pode ser um ponto de partida, afinal, fizemos a expedição em carro próprio e sem guia.
Nós seguimos um itinerário que parece ser o mais comum para quem sai de Palmas.
Então acordamos cedo, tomamos café e pegamos a estrada.
ATENÇÃO - Saia com o carro abastecido de Palmas. Se a autonomia do seu carro for pequena, abasteça sempre que puder, pois você pode ter dificuldade em encontrar combustível. Não foi o nosso caso, mas encontramos alguns relatos sobre dificuldade no abastecimento.
Passamos por Taquaruçu do Porto, mas o agito do distrito acontece somente aos fins de semana... ao chegar em Ponte Alta do Tocantins, o Portal do Jalapão, (2020 km de casa) fomos direto para a Pousada Beira Rio, onde fomos recepcionados pela Daiane, a dona da pousada, que nos deu várias dicas ótimas.
Este Caminho é feito pela TO-030 até Santa Tereza do Tocantins e depois pela TO-130, todo em estrada asfaltada.
Em Ponte Alta do Tocantins ficamos hospedados na Pousada Beira Rio, simples mas com ótimo atendimento.
Como primeira atração, decidimos ir conhecer o Rio Soninho e a Cachoeira da Fumaça; seguimos pela estrada de terra bem esburacada até chegar ao Rio Soninho.
Lá conhecemos um pessoal de Brasília que estava viajando em um Jimny; ficamos batendo papo e depois decidimos seguir juntos até a Cachoeira da Fumaça.
A Cachoeira da Fumaça é bem longe, mas compensa a viagem.
Primeiro contemplamos a Cachoeira da Fumaça que está a alguns metros da estrada para o lado de descida do rio.
Depois volte até a ponte, atravesse para a outra margem e ande um pouco sentido subida do rio e aproveite ótimos pontos para banho.
ATENÇÃO - Próximo a ponte, o rio é bastante bravo devido a proximidade com a Cachoeira da Fumaça.
ATENÇÃO - Fique atento com o horário de volta, a estrada tem muitos buracos e pode ser difícil retornar sem a luz do sol.
Acesse os Tracks pelo QR Code ou por estes links:
Ponte Alta tem boas opções para o jantar. No primeiro dia, resolvemos optar pelo tradicional: a jantinha com espetinho, servida no Restaurante Beira Rio. A Jantinha consiste em feijão tropeiro, arroz, vinagrete, mandioca cozida e espetinho. Ótima harmonização com uma cervejinha, com vista para a ponte de madeira sobre o Rio Ponte Alta. E de sobremesa, aproveitamos as pitombas do quintal da pousada, que delícia!
Por sugestão da Daiane da Pousada Beira Rio, onde ficamos hospedados, seguimos para Pindorama do Tocantins para visitar a Lagoa do Japonês.
Se você fizer o caminho para chegar no Jalapão pela BR-010, vai passar bem em frente da entrada para a Lagoa do Japonês, mas só compensa ir até lá se você ainda tiver pelo menos meio dia livre, pois a lagoa é sensacional!
Este caminho com passagem pela Lagoa do Japonês logo no primeiro dia de Jalapão é muito utilizada por expedições de grupos de jipeiros, pois economiza muito tempo e claro, combustível. Mas para dar certo, você deve dormir a primeira noite em Brasília, viajar o dia todo e dormir a segunda noite em Natividade - TO; no dia seguinte seguir para a Lagoa do Japonês, assim poderá aproveitar bem o dia na Lagoa. Obs: trajeto Saindo de São Paulo.
Como nosso roteiro não foi muito tradicional, saímos de Ponte Alta do Tocantins para a Lagoa do Japonês pela TO-130.
Até Pindorama do Tocantins, a estrada é asfaltada em um trecho de 57 km. Saindo de Pindorama do Tocantins são mais 35 km de terra com pontos bem ruins, o que faz com que os 90 km demorem um pouco mais.
Mas compensa muito: que espetáculo da Natureza! A água é muito transparente devido às substâncias que fazem as impurezas se decantar e se precipitarem; e água é salpicada de peixinhos! Vale a pena usar snorkel para contemplar melhor; também vale usar sapatilhas para proteger os pés dos peixinhos e das pedras. Há também uma linda gruta; pode-se chegar até lá de barquinho ou nadando.
Logo ao chegar a Lagoa do Japonês, já reservamos o almoço, que já fica com horário marcado; tem boas opções de pratos e porções, nós escolhemos Caranha frita (um tipo de peixe da região) acompanhada de caipirinha de melado, tudo muito bom! (Almoço R$25,00 por pessoa - 2020). Ainda voltamos para a água para curtir mais um pouco.
Você pode passar o dia na Lagoa do Japonês, é cobrada uma taxa de R$30,00 (Valor de 2020) por pessoa; também é possível alugar equipamentos para mergulho de superfície e também há uma tirolesa.
Deck no meio da Lagoa
Muitos Peixinhos
Área da Gruta
Almoço - Caranha
No mesmo dia que visitamos a Lagoa do Japonês, passamos em uma atração muito conhecida do Jalapão, a Pedra Furada. Um grande arenito que vem sendo esculpido pela ação do vento por milhares de anos.
A Pedra Furada já foi uma atração sem nenhum controle e isso estava acabando com o arenito; as pessoas deixavam lixo, raspavam a rocha e escreviam os seus nomes nas paredes. Hoje a atração fica em uma propriedade particular e se cobra uma taxa; quando visitamos a taxa era de R$20,00 por pessoa. (valor de 2020)
O passeio se inicia com uma curta explicação sobre a formação rochosa e a sua conservação. Em seguida uma leve caminhada e você chega às formações, aproveite para tirar muitas fotos! Nós nos encantamos com os papagaios e maritacas que estavam livres e em festa ao fim da tarde, lindo demais!
Em uma das noites que você estiver no Jalapão, jante no Restaurante Tamboril, que fica bem na parte mais agitada da cidade. É uma boa opção para quem gosta de carne.
Pedimos uma picanha, arroz com brócolis e suco de tamarindo.
Aproveite a noite quente e tome um delícioso sorvete, na sorveteria Frutos de Goiás, experimente os sabores das frutas do Cerrado como: buriti, pequi, murici, cajá-manga, cagaita... são deliciosos!
Passou rápido nossa primeira parada no Jalapão e já era hora dar tchau para Ponte Alta do Tocantins – filmamos e fotografamos os “letreiros” da cidade, aquele registro clássico, rsrsrs.
O Vídeo da TO 255 é o vídeo mais assistido da série que fizemos no Jalapão, pois este é o caminho para o centro do Jalapão, daqui pra frente não tem mais asfalto, um paraíso para os Off-Roaders, Trilheiros Jipeiros, etc…
Se quiser aproveitar as atrações ao longo do caminho, saia cedo!
Siga pela TO-255 e ande apenas 15 km até chegar ao Cânion Sussuapara, ainda no município de Ponte Alta do Tocantins.
É uma linda formação rochosa resultante de anos da ação da água do riacho, das chuvas e ventos, um espetáculo da natureza! É cobrada uma taxa de R$20,00 por pessoa (valores de 2020); o acesso pode ser difícil para quem tem mobilidade reduzida, já que é feito por meio de rampas e escadas.
A formação difere de tudo que você vai ver no Jalapão; como fomos em época de chuvas na região, as folhagens estavam verdes e escorria água por todos pontos, criando um verdadeiro show!
No ponto onde o cânion se forma tem uma pequena queda d’água e também onde moram alguns morcegos - Mantenha o Silêncio - mas não fique preocupado, eles não farão nada com você, aprecie as formações e aproveite para tirar bonitas fotos!
DICA - Vá de chinelos, sapatilhas ou um calçado que possa molhar, pois grande parte do percurso dentro do Cânion é feito pelo o curso d’água.
Este vídeo mostra bem o caminho, as atrações e as distâncias percorridas, as dificuldades da estrada como buracos, costela de vaca, atoleiros etc. Se ainda não viu, vale a pena conferir este vídeo que vai ajudar muito a entender o caminho e planejar a viagem!
Saindo do Cânion Sussuapara o nosso destino era a Cachoeira da Velha no Rio Novo; um desvio de aproximadamente 30 km em relação ao trajeto direto para Mateiros.
Antes de chegar na Cachoeira da Velha e na Praia do Rio Novo, passamos pela Fazenda que dizem ter pertencido ao traficante Pablo Escobar.
Neste ponto as expedições param para fazer um lanche, pois o caminho é longo e existem poucos pontos de parada. Outro ponto possível para fazer um lanche é a Prainha do Rio Novo, pois tem sanitários, bancos e mesinhas.
A linda Prainha do Rio Novo é um ótimo ponto para se refrescar do calor, nas águas em temperatura amena e areia fofinha. Devido a época de chuvas, a água estava um pouco turva, mas ainda muito limpa.
Passe também na belíssima Cachoeira da Velha, com grande volume de água, chamada de “cataratas do Jalapão”. O acesso à Prainha e a cachoeira são gratuitos.
Para voltar para a TO-255, pegue um atalho para ganhar um pouco de tempo; neste trecho você anda por uma trilha de areia fofa, você vai avistar torres de celular, utilize como referência.
Quando passamos por este atalho não vimos mais nenhum carro, é um ponto bem deserto, o atalho está detalhado no track e no vídeo.
Nesse trecho ficamos encantados com emas que estavam passeando por ali, ver animais livre na Natureza é sempre emocionante!
A chuva nos cercava, e quando chegamos novamente na TO-255 a chuva nos alcançou e aí pegamos bastante chuva, o que deixou a estrada com muitos atoleiros e lama.
Ao chegar no Parque Estadual do Jalapão (PEJ) para visitar as Dunas do Jalapão, não é cobrada entrada, mas é preciso assinar um termo de responsabilidade e de concordância com as regras.
Mas antes de chegar às Dunas do Jalapão, enfrentamos um trecho bem alagado; inclusive alguns carros acabaram ficando atolados e desistiram de continuar. Chegamos às magníficas dunas alaranjadas e apesar do tempo nublado, pudemos contemplar o esplendor deste lugar! A Serra do Espírito Santo, as veredas, as dunas... de tirar o fôlego! Que lugar lindo de viver! Divertido foi atravessar o riacho, que normalmente é bem raso, mas devido ao volume de chuvas, estava quase na cintura!
Curtimos bastante as dunas, mas ainda tinha um bom trecho de estrada, então, seguimos.
Novamente o tempo é determinante para tudo dar certo, mesmo com um cronograma bem definido para o dia, ainda pegamos um trecho da estrada até Mateiros a noite, o que nunca é o ideal.
E à medida em que anoitecia, começamos a avistar a claridade das luzes da cidade de Mateiros; quando chegamos, já estava bem escuro. Fomos direto à Pousada Encantus do Jalapão, onde fomos muito bem recebidos. Estávamos bem cansados e famintos; fomos jantar no Restaurante Rosa do Jalapão, comida simples e gostosa, com ótimo atendimento. Ainda passamos para abastecer e pelo menos limpar os faróis e os vidros e dar aquela olhada no estado geral, pois foi um dia que a caminhonete fez a diferença. Fizemos isso ainda de noite para aproveitar ao máximo o dia seguinte!
Lembre-se, sempre que possível, abasteça o seu veículo.
Depois de um dia bem longo, precisávamos de uma ótima noite de sono.
Acordamos revigorados e fomos surpreendidos com um café da manhã maravilhoso – cuscuz e tapioca, tudo de bom!
Atração imperdível para quem visita a cidade de Mateiros, com certeza é a Cachoeira do Formiga e foi exatamente por lá que começamos, pois foi o lugar que inspirou essa viagem.
No local tem um restaurante bem simples e uma área para camping. A Cachoeira do Formiga fica em uma área particular, portanto tem uma taxa de entrada, o que ajuda a manter o local limpo e de acordo com a legislação de proteção ambiental (taxa de R$25,00 - valores de 2020).
Uma pequena caminhada da entrada até o deck no lago da cachoeira e você comprova ao vivo: que é tudo isso que dizem mesmo mesmo e muito mais – que lugar deslumbrante e QUE ÁGUA TRANSPARENTE E DE COR LINDA!
Não espere uma grande queda d’água; pelo contrário, você encontrará um lago de água esverdeada quando olhada de cima do deck, mas dentro do poço a água é muito transparente.
Ao seu lado direito estará a pequena queda, suave e branca ótima para tomar uma ducha natural. O poço é ótimo para banho, com a água em uma temperatura ideal para refrescar o calor, mas não tão fria que você queira sair para tomar sol.
Se você achar a correnteza muito forte ou o poço muito fundo, desça um pouco mais, seguindo o curso do rio e chegue a outro poço mais raso e sem muita correnteza e com um pouco mais de sombra também.
A Cachoeira do Formiga está a aproximadamente 35 km desde Mateiros, claro, por estrada de terra.
Muita gente associa o nome “fervedouro” pensando que a água seria morna... mas não; a água é de uma temperatura agradável para o calorão do Jalapão. O termo se refere às borbulhas, já que o fervedouro é uma nascente de água límpida e transparente, de areia muito branca e que não deixa afundar – uma experiência incrível! Todos tem muitas árvores e bananeiras ao redor, emoldurando toda a beleza. Todos os fervedouros ficam em áreas particulares e é cobrada uma taxa de entrada (no Ceiça pagamos R$20,00) e geralmente o tempo também é controlado (geralmente vinte minutos de permanência) e cada um dos fervedouros tem uma capacidade máxima de pessoas por cada grupo que entra no fervedouro.
As regras para as visitas são determinadas pela Agência Ambiental do Estado do Tocantins: quanto ao tempo de permanência no fervedouro, o número de pessoas, a proibição de usar protetor solar e repelentes.
Nós visitamos um total de seis fervedouros em Mateiros, três em cada dia. Abaixo você tem a lista dos fervedouros e suas principais características; para saber mais assista aos vídeos, clicando aqui:
ATENÇÂO - Objetos que não boiam, afundarão na nascente; e você com certeza perderá o objeto. Fique atento com celulares, câmeras fotográficas, relógios e chaves.
DICA - Se você está com seu carro próprio e chegar a um fervedouro e estiver muito cheio, não aguarde por muito tempo; procure outro que esteja mais vazio. Os fervedouros, na sua maioria, são próximos.
Existem aproximadamente oito fervedouros em Mateiros. O primeiro que escolhemos foi o Fervedouro do Ceiça, o primeiro a ser aberto ao público e um dos mais tradicionais.
O segundo foi o Fervedouro do Salto. Ele não costuma ser visitado pelas expedições; por isso o valor foi mais barato (R$15,00 por pessoa - valores de 2020) e nos deixaram ficar um tempo maior. O fervedouro também dispõe de restaurante, área de camping e cabanas.
Ainda visitamos o Fervedouro Buritis, bem tradicional entre as expedições de agências. Tem restaurante e lanchonete.
Adoramos as divertidas placas pelo caminho e além de nos esbaldarmos no fervedouro, ficamos um bom tempo batendo papo com o Carioca, o dono do fervedouro, enquanto tomávamos sorvete de frutos da região. Ele nos contou que estava fazendo várias benfeitorias, como o restaurante e um agradável redário.
Este fervedouro fica bem distante de Mateiros, e pode ser uma boa opção visitar quando estiver no caminho para São Félix do Tocantins.
É muito forte, chega a fazer girar o corpo dentro da água! O nome se dá por causa do encontro entre a água do fervedouro, bem transparente, que desemboca no rio, de água bem escura. Há diferença também entre a temperatura da água de ambos, muito legal!
Fervedouro pequeno, com bastante sombra, uma delícia para se refrescar. A areia em contato com a pela faz pequenos estalos, parecendo um choque, bem fraco.
Tem restaurante e uma área bem grande na frente, com bastante sombra que aproveitamos para descansar um pouco e fazer um lanche rápido.
Depois de curtir os fervedouros Macaúbas, Encontro das Águas e do Sono, fomos até o Povoado Mumbuca para conhecer a Cooperativa de Artesanato em Capim Dourado, uma planta típica da região. Ele nasce apenas espontaneamente. É difícil de ser colhido, pois exige força; serve de matéria prima para lindas peças feitas artesanalmente como brincos, pulseiras, cestos e muitas outras. Em cada peça está o nome do artesão que a fabricou, para que eles recebam o valor após a compra.
Passe algum tempo por lá; além do Capim Dourado, tem restaurante, sorvete e um fervedouro. Se possível converse com o pessoal e conheça as histórias do Jalapão.
À noite fomos jantar. Lembra da recomendação de levar uma lanterna? Ela foi muito utilizada neste dia, pois a cidade estava sem energia elétrica. O pessoal dos restaurantes se esforçou bastante para poder atender aos turistas no escuro, por isso sempre tenha uma lanterna disponível.
Outro ponto importante é manter o carro com o tanque o mais cheio possível, nesta noite não foi possível abastecer pela falta de energia elétrica, mas como havíamos abastecido no dia anterior estávamos tranquilos.
Após três dias curtindo Mateiros, ajeitamos as tralhas, nos despedimos de Mateiros, onde fomos muito bem recebidos em todos os lugares e seguimos viagem rumo à São Félix do Tocantins pela TO 110; foi nossa terceira e última cidade base na região. A estrada estava bem esburacada! Passamos pela bela e isolada Cachoeira do Prata – ela fica dentro do Parque Nacional das Nascentes do Parnaíba, bem próxima das divisas do chamado MATOPIBA – sigla dos estados que compõem a região: Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. O acesso é gratuito.
Clique na Imagem para ter acesso ao track(trilha) gravado com o Wikiloc.
Chegando em São Félix do Tocantins fomos direto para o Fervedouro Bela Vista e logo que chegamos, começou a chover. Resolvemos almoçar para ver o que acontecia com o clima. Almoçamos – buffet a quilo, tudo muito bom, com peixe frito e chambari – e foi o tempo da chuva estiar. A estratégia deu certo! (Restaurante R$22,00 por pessoa, bebidas à parte - valores de 2020).
O Fervedouro Bela Vista é um dos mais bonitos da região, com passarela e deck de madeira, um poço grande, belo paisagismo e também um mirante de onde é possível tirar fotos do alto. Bem bacana, curtimos bastante! (R$30,00 por pessoa valores de 2020). Também tem hospedagem que é uma ótima opção para quem vai ficar em São Félix do Tocantins.
Saimos do Fervedouro Bela Vista e seguimos para a Cachoeira das Araras. Como havia chovido, alguns trechos da estrada estavam com bastante lama e água.
Para entrar na Cachoeira das Araras paga-se uma taxa para entrar (R$15,00 por pessoa - valores de 2020) e pode-se seguir de carro até pertinho da cachoeira. Tem um poço delicioso para nadar e dá para chegar até onde a cachoeira deságua, muito relaxante! Lá também tem restaurante e o atendimento foi ótimo!
Em São Félix do Tocantins nos hospedamos na Pousada Encanto do Jalapão, na beira do Rio Soninho. É um pouco difícil de encontrar o caminho. Claro que aproveitamos para mais um mergulho para refrescar, rsrsrs.
Uma chuva intensa caiu entre o final da tarde e início da noite, o que derrubou parte da energia elétrica da cidade. Fomos para a cidade para jantar e novamente sem energia, que pena... Com um tremendo esforço do proprietário do Pit Dog Arrais, conseguimos comer espetinhos e mandioca cozida, muito gostoso!
Novamente acordamos cedo e tomamos café no rancho na beira do rio. Pegamos o estradão de areia para deixar o Jalapão. Fomos curtindo as belas paisagens e passamos pela Pedra da Catedral, um dos marcos do Jalapão - muito linda!
E para provar que o Jalapão é bruto, vimos uma cena para comprovação: um guincho com o eixo quebrado... talvez tenha caído em um atoleiro... deve ter dado muito trabalho para tirá-lo de lá!
Por orientação do pessoal da região, preferimos não passar por Novo Acordo, pois disseram que a estrada estava em péssimas condições. Seguimos em direção de Lagoa do Tocantins e completamos a nossa volta pelo Jalapão em Santa Terezinha do Tocantins.
Foram dias inesquecíveis de paisagens belíssimas, muita água, calor, gente bacana e muita diversão! Apesar de viajarmos por nossa conta, o Wikiloc foi excelente e não nos perdemos nenhuma vez! rsrsrs
Descobrimos porque o Jalapão é tão famoso; vale muito a pena ser conhecido e aproveitado!
Para nós a viagem para o Jalapão foi um marco por diversos fatores. Era um sonho antigo, fazer uma viagem off-road tão longa, fazer vídeos para o Canal SerrAcima... esta viagem fez nós avaliarmos o que realmente queríamos com o Canal; este site inclusive é um destes resultados!
E outro fator é que pouco tempo após voltarmos do Jalapão se iniciou o período de quarentena e as lembranças daqueles dias tão livres, nos fez pensar e muito em como a vida pode mudar de uma hora para outra e que sempre que possível, aproveite ao máximo!
Falando em aproveitar ao máximo, nós avaliamos que a viagem foi mais rápida do que precisava ser; em um novo planejamento ficaríamos pelo menos mais um dia em cada uma das cidades.
Esperamos que esta página ajude você a planejar sua viagem; por isso, deixamos todos os detalhes escritos: vídeos, fotos, mapas, tracks, e tudo que coletamos de informação disponível para todos pela internet. Esperamos que todos aproveitem este paraíso!
Clique na foto para assistir o vídeo que fizemos em Palmas
As informações se referem ao período em que estivemos no Jalapão - janeiro de 2020. Esse é um resumo da nossa experiência, que pode não ser a mesma de outros viajantes. Não temos nenhuma ligação com os locais informados, somos apenas viajantes e compartilhamos nossas experiências para inspirar outros viajantes!
Você vai gostar de conhecer: