Hoje em dia usar o "GPS" já faz parte do dia a dia das pessoas. Ele é usado para procurar um endereço, se deslocar para algum lugar no carro próprio ou transporte público, chamar um carro por aplicativo, pagar uma conta com cartão virtual, fazer uma pesquisa sobre algum lugar ou até mesmo pedir sua comida. Todas estas atividades utilizam de forma direta algum sistema de geolocalização, mas você entende como esses sistemas funcionam?
Se você é um viajante, como nós, principalmente que gosta de viajar de carro, é importante entender os conceitos do Sistema de Posicionamento Global (em inglês, Global Positioning System - GPS) e desta forma tirar o melhor desta ferramenta indispensável que ajuda o viajante a evitar muitos problemas.
GPS é a sigla para Sistema de Posicionamento Global (em inglês, Global Positioning System). É um sistema de navegação auxiliado por satélite que permite determinar a localização precisa de qualquer ponto na superfície da Terra.
Começamos a usar o GPS em 2008, usando um aparelho Etrex Vista da Garmin, que havia sido lançado em 2001. Era um equipamento muito simples, que não traçava rotas. A tela não era colorida e possuía poucas funções, mas já nos ajudava a saber a velocidade do Jipe, pois o nosso Jipe na época não marcava corretamente a velocidade. Marcar a velocidade de deslocamento com GPS é possível pois os aparelhos de GPS recebem informação do posicionamento, e também recebem a hora exata. Este aparelho também já nos permitia registrar nossas trilhas (gravar tracks) e pontos no mapa, mas a utilização ainda era muito restrita e a recepção de sinal com o posicionamento não era das melhores.
Garmin ETrex Vista
Com o passar dos anos fomos atualizando nossos aparelhos e usando os chamados "navegadores"; estes aparelhos traçam as rotas entre dois pontos e fazem roteamento - o caminho que você deve seguir até o ponto de chegada. As telas já eram coloridas e sensíveis ao toque, além de dar orientações por áudio e na tela. Também tinham registro de Pontos de Interesse (P.O.I.) e possuíam POIs previamente gravados; alguns permitiam gravação de trilhas (tracks) e outros não. Este tipo de aparelho não funcionava corretamente no off road pois o off road não é roteável e a rota depende do mapa de fundo.
O GPS não é um único sistema de localização que existe, hoje os celulares intermediários já possuem e usam pelo menos 3 sistemas diferentes e integrados: GPS, A-GPS e GLONASS.
GPS: É o sistema mais antigo e usado durante os primeiros anos de popularização do GPS. É um sistema Norte-americano, composto por 24 satélites em 6 órbitas diferentes.
A-GPS: É o sistema que torna a localização dos smartphones tão precisos e com tantos dados, pois além de usar o sistema GPS, é "assistido" (A) pelo sistema de dados de telefonia móvel Terrestre.
GLONASS: Sistema Russo de posicionamento, equivalente ao sistema GPS.
Galileo: É o sistema da União Europeia e sua diferença para os sistemas GPS e GLONASS é que foi criado para uso civil e comercial, enquanto o GPS e o GLONASS foram criados com finalidade militar.
BeiDou é um sistema de posicionamento global por satélite desenvolvido pela China, que vem ganhando cada vez mais destaque no cenário internacional.
Neste momento, outros sistemas de posicionamento estão sendo desenvolvidos.
Os aparelhos que possuem sistemas de posicionamento, chamados de receptores, têm antenas que captam sinais codificados emitidos pelos diversos satélites na órbita terrestre. Os códigos enviados pelos satélites possuem uma série de dados codificados, como a hora exata em que foram emitidos; quando o sinal chega ao receptor, este calcula a diferença de tempo entre o envio do sinal e o receptor e desta forma calcula a distância que o satélite está do receptor.
Quando o aparelho consegue receber o sinal codificado de pelo menos 3 satélites do mesmo sistema, o receptor consegue, por meio de cálculos trigonométricos. definir as coordenadas em que está. Veja bem que o satélite não manda a posição para o aparelho e sim apenas códigos com informações suficientes para que o receptor consiga fazer o cálculo e definir o posicionamento - Coordenadas.
O Mapa de fundo em aparelhos de GPS é uma espécie de fotografia onde, por meio dos dados recebidos do GPS e processados pelo receptor, o ponto percorre o mapa e mostra para o usuário as características do local por meio da tela. Existem diversos tipos de mapas de fundo como:
Mapas de Satélite - fotos tiradas por satélites, no estilo Google Earth,
Mapas de Terrenos - com Características do Terreno,
Mapas de nível - mapas com curvas de nível e relevos,
E os mapas urbanos como o Google Maps e o OpenStreetMaps,
Existem também mapas específicos de fabricantes como Tomtom e Garmin.
Somente Mapas que possuem um sistema de dados podem fazer roteamento.
Uma crença comum entre as pessoas é que quando não aparece o mapa, ou o navegador não consegue rotear o trajeto adequadamente, isso acontece por falha ou falta de sinal do GPS; mas, na maioria das vezes, a falha é no mapa. Se o mapa estiver com coordenadas erradas ou com falha no sistema de roteamento, o navegador não conseguirá definir a rota ou mostrar a posição adequada.
Outra informação equivocada é que quando não há sinal de GPS não aparece o mapa no navegador. Porém, os satélites que hoje fazem parte dos diversos sistemas de posicionamento global não enviam o mapa de fundo para os aparelhos receptores. O mapa deve estar no próprio aparelho ou online, como o Google Maps e o Waze. Os aparelhos que têm mapas offline devem ser atualizados frequentemente. Outro problema é que, por haver pouco espaço de armazenamento, há uma restrição do tamanho e da quantidade dos dados, neste caso você poderá ter mapas apenas de algumas regiões. Caso faça uma viagem internacional, ou até mesmo para outros estados e queira usar o aparelho, talvez deverá fazer download do mapa do país e região. Quanto mais informação este mapa tiver, mais espaço de armazenamento será necessário no aparelho.
Os mapas de fundo, como são chamados, são os mapas que aparecem na tela do celular ou de navegadores dedicados. Eles estão salvos na memória do próprio aparelho receptor; exceção, como já dissemos, para o Google Maps e Waze, que usam dados de internet para baixar os mapas em tempo real de um servidor, desde que haja sinal de internet naquele local.
À medida em que você se desloca, o celular, por meio da internet móvel, solicita ao servidor do Google que envie mapas para o aparelho, dando a impressão que o mapa está disponível o tempo todo em nosso aparelho. Seria impossível ter salvo todas as informações do servidor do Google em seu celular. Então, na falta de dados móveis em uma determinada região, dá a impressão para o usuário de que aquela região não tem GPS. Inclusive é impossível traçar ou criar uma rota nestes sistemas quando estão offline. Para resolver este problema, o Google Maps criou uma forma de baixar os mapas de uma determinada região, com a ferramenta Mapas Offline.
Passo 01
Abra o Google Maps
Passo 02
Clique na foto de perfil no canto superior direito da tela
Passo 03
Um menu com diversas opções irá aparecer; selecione a opção: Mapas off-line
Passo 04
Passo 05
Se você tiver algum mapa off-line será apresentado nesta tela, onde você poderá apagar o mapa.
Se quiser baixar um novo mapa, clique em: ⬇️Selecione seu mapa
(Na parte superior da tela).
Selecione a área que você quer fazer o download. Note que quanto mais zoom você der no mapa, mais detalhes você terá da região; então, defina bem sua necessidade de detalhes.Caso seja necessário muitos detalhes, divida a área em diversos mapas. Já chegamos a baixar mais de 15 mapas para ter bastante detalhe de onde iríamos; isso necessita de mais espaço na memória do seu celular. Avalie bem e faça testes em lugares que você conhece, antes de ir para locais desconhecidos e que não tenham sinal de internet móvel. ⬇️
Depois de clicar no botão Download, o mapa começará a ser baixado e ficará disponível off-line. Caso não inicie o download, verifique se você está fazendo o download pela rede móvel e se o celular está liberado para fazê-lo por este tipo de conexão.
Faça o download do mapa enquanto estiver em uma região com internet estável.
Com o avanço da tecnologia dos smartphones, cada vez mais os aparelhos navegadores ficam mais obsoletos, mas para quem tem um carro produzido após 2018, até em carros mais populares já estão equipados com boas centrais multimídias, algumas com navegadores nativos, outras com Google Maps/Waze e a maioria com espelhamento android e/ou IOS. Não se esqueça de consultar o manual do fabricante para conseguir o melhor funcionamento e manter o sistema atualizado.
Mas se o seu carro não possui centrais multimídias integradas, existem diversas opções de marcas,modelos e sistemas. Algumas possuem sistema Android, mas lembre-se que esta central necessita de uma boa capacidade de processamento.
Se você usa o carro para viagens por rodovias, esta é a sua melhor opção.
Uma dica: em rodovias e com roteamento de distâncias maiores prefira o Google Maps ao Waze.
Aparelhos GPS
Para aplicações específicas existem aparelhos de localização dedicados; a marca de maior destaque para este tipo de equipamento é a Garmin, que também tem em seu portfólio muitos equipamentos para controlar e acompanhar atividades físicas.
Normalmente estes aparelhos GPS são para uso em condições extremas, como escaladas, trilhas em lugares remotos e off-road mais pesados. Normalmente eles aguentam condições climáticas mais extremas e têm uma ótima recepção de sinal GPS.
Praticamente para cada tipo de atividade existe um aparelho dedicado, como GPS para voo, náutico, rally, etc..
Se o seu veículo não possui uma central multimídia e você não necessita do aparelho GPS para atividades específicas, a melhor opção hoje é ter um bom smartphone e aplicativos dedicados. Nas lojas de aplicativos existem uma infinidade de aplicativos para GPS, como: Navegadores, hodômetros aferíveis, aplicativos para gravação de tracks, para atividades off-road, para rallys e muito mais.
De acordo com a nossa experiência podemos dizer que usamos com bastante frequência os seguintes aplicativos:
Google Maps: sempre com mapas off-line que baixamos e atualizamos antes de viajar. Usado para navegação em rodovias, estradas, planejamento de viagens, localizar lugares e principalmente postos de combustíveis e hospedagens.
Wikiloc: para fazer trilhas ou off- road recomendamos o uso do aplicativo Wikiloc. Ele tem uma versão gratuita, com menos recursos e uma versão paga, que te dá muita comodidade. A anuidade da versão paga custa menos de R$50,00 por ano.
Além do aplicativo, o site é muito bem elaborado e tem uma boa ferramenta para buscar trilhas dos mais variados tipos. Você ainda pode baixar gratuitamente os arquivos de track no formato .KMZ e abrir o arquivo no Google Earth por exemplo, visualizar o track e os waypoints.
Se você tiver paciência e tempo sobrando, pode tentar converter o track para outros formatos e usar outros aplicativos para seguir a trilha; verifique muito bem se a trilha foi convertida corretamente.
Também existem outros formatos que podem ser baixados; para isso é só se cadastrar e fazer login no site, gratuitamente. O Wikiloc também grava suas trilhas e você pode compartilhar na plataforma. Como sempre recomendamos, faça um teste antes de se aventurar em áreas desconhecidas.
Geotracker: usamos quando não estamos seguindo uma trilha, mas ainda assim queremos gravar o track. O Geotracker é mais leve, roda em segundo plano e é mais fácil para marcar pontos de interesse. Depois o track pode ser compartilhado no Wikiloc e também no Google Earth.
Os sistemas operacionais dos smartphones como o IOS e o Android estão quase sempre atualizados, pois na grande maioria das vezes essas atualizações são automáticas. Porém, antes de ir viajar, verifique se o aplicativo e seus mapas estão atualizados.
A melhor situação possível para o recebimento de sinais de GPS é em lugar aberto, céu limpo e um bom equipamento; ainda assim, haverá um erro mínimo de 3 metros, o que é muito bom para navegação. Em situações normais, esse erro fica próximo de 15 metros. Os aplicativos mais modernos avaliam a rota que você está seguindo e na maioria das vezes te mantem no local correto.
Para melhorar a precisão do GPS, usamos um aplicativo chamado GPS Status, na versão gratuita. Ele roda em segundo plano, "gerenciando" o recebimento de sinal entre os satélites com o sinal mais forte e assim melhorando o recebimento dos dados e ajudando na precisão do receptor.
A posição do receptor também influencia muito: o receptor deve sempre estar "olhando" para o céu. Quanto mais estável o receptor estiver, melhor a recepção e a indicação de direção também. Se você estiver de carro, coloque o receptor em um bom suporte, próximo ao pára-brisa do veículo.
Para ter uma precisão ainda maior, você pode usar o Garmin Glonass, muito usado pelo pessoal do Rally de Regularidade. O dispositivo funciona como uma antena e transmite dados via Bluetooth para um celular ou tablet e além de melhorar a recepção dos sinais, também transmite muito mais dados por segundo para o navegador. Também existem outros modelos de outros fabricantes, mas estes nós não testamos.
Quando você navega usando o aparelho celular, diversas operações estão sendo realizadas simultaneamente como:
Recebimento do Sinal GPS
Cálculo da posição
Envio para a tela do Smartphone
Atualização da tela
Atualização do mapa
Mapas Off-line - Acesso a Memória
Mapas Online (Google Maps/Waze) - Acesso ao servidor Google por meio dos dados móveis
Mas algumas ações podem ajudar a conservar a bateria do aparelho como:
Reduzir o brilho da tela
Não executar nenhuma outra tarefa em paralelo (como por exemplo ouvir música)
Desligar a conexão com dados móveis
Desligar o Bluetooth
Desligar as notificações
Todas estas sugestões são paliativas, pois a melhor forma de não ficar sem o navegador disponível por falta de energia é manter o aparelho conectado a alguma fonte de energia externa.
Nos veículos, o mais fácil é conectar o aparelho/smartphone a uma porta USB ou em um Carregador Veicular, aqueles que são ligados ao acendedor de cigarros. Fique atento com a carga disponível nesses dispositivos, pois alguns não conseguem carregar o celular totalmente, nem quando o dispositivo está desligado, ou com pouca atividade, então ele não vai conseguir manter o dispositivo funcionando por muito tempo.
Uso de Powerbanks - baterias externas também é uma boa opção, desde que ela possua uma boa quantidade de energia armazenada. Esta opção tem a vantagem de você poder usar o dispositivo fora do veículo.